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Os Sagrados Cães Dançarinos: leitura essencial para admiradores de Franz Kafka

Livro de Eduardo Oyakawa é leitura praticamente obrigatória para admiradores do escritor tcheco.

Os Sagrados Cães Dançarinos

Os Sagrados Cães Dançarinos – Mística e Heresia em Franz Kafka, livro de Eduardo Oyakawa, é leitura praticamente obrigatória para admiradores do escritor tcheco. Prazeroso, envolvente e elegante, a obra apresenta uma proposta bastante ousada.

O livro expõe uma abordagem mística dos textos kafkianos, resultado de mais de dez anos de reflexões, questionamentos e pesquisas. Eduardo Oyakawa é pós-doutor em Filosofia da Arte pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), além de mestre e doutor em Mística e Literatura pela PUC-SP. Também sociólogo e poeta, é membro da Associação Brasileira de Filosofia da Religião.

Nessa publicação da Editora Filocalia, são esmiuçadas com paixão e sensibilidade questões de filosofia, teologia e história das ideias referentes aos pontos obscuros da religiosidade nos escritos de Kafka.

Além da magnífica análise contextual, da eloquente exposição do antagonismo entre vida prática e vida espiritual de Kafka, da apresentação sistemática dos intérpretes que já o estudaram e do desvelamento da religiosidade presente em algumas das obras abordadas por Oyakawa, a edição traz prefácio de Andrei Venturini Martins.

Confira trechos de Os Sagrados Cães Dançarinos

“Na obra O Covil, Deus permanece inteiramente Absconditus, inacessível em sua ‘sacra irredutibilidade’. Kafka quis descer às profundezas mais escuras e terríveis da criatura humana, para melhor entendê-la sem, contudo, recorrer à presença divina. É como se dissesse que somente nos abismos, nas plagas pouco iluminadas, sob o indizível da obsessão e do pânico – numa palavra, somente nas trevas – podemos perceber, como numa vertigem causada pela falência dos sentidos, a alma do homem no que ela guarda de mais íntimo e inconfessável.”

[…]

“Convencido de sua arte e falando sobre si mesmo, para visitar o coração da condição humana, Kafka rebaixou o estatuto ontológico do homem, transformando-o numa outra criatura, misantrópica, esquiva, solitária, em um animal – será um texugo, um hamster ou um ratinho habitando o covil? Pouco importa. Kafka silencia a esse respeito.”

“Tudo o que sabemos é que ele quis descer às sombras profanas na condição de animal, de exilado, de pecador irremissível. Tudo o que depreendemos do conto tardio é que ele quis desnudar o ser humano, olhando-o através dos esconderijos, dos sítios malsãos, onde costumeiramente encontramos detritos e fealdade, mas que, ciosos por racionalidade e por higiene, queremos ver o mais rápido possível longe dos olhos.”

[…]

“Já no começo da história, ficamos sabendo que a solidão lúgubre nascida dos abismos, guarda uma extraordinária mensagem extraída dos albores do romantismo alemão: ‘ali onde reside a dor, está também o que salva’. Então, como se fora um maestro habilíssimo, Kafka eleva as mãos, gesticula os braços, tece no ar o desenho metafísico do sofrimento humano, mostrando ao animalzinho o caminho existencial a ser percorrido: cada vez mais para baixo, mais e mais, até a ubíqua condição da noite onde Kafka queria que morássemos.”

É ou não é leitura obrigatória?

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Os Sagrados Cães Dançarinos, livro de Eduardo Oyakawa.

O que você conhece sobre Franz Kafka?

Nascido em Praga, Império Austro-Húngaro, atual República Tcheca, Franz Kafka é o autor dos clássicos A Metamorfose e O Processo, entre outros. É considerado um dos escritores mais influentes do século XX.

Kafka nasceu numa família de judeus asquenazes de classe média. Sua educação judaica encerrou-se com a celebração de seu Bar Mitzvah, aos 13 anos. O escritor nunca gostou de frequentar a sinagoga, embora acompanhasse a família nos feriados.

Em 1901, foi aceito na Deutsche Karl-Ferdinands-Universität de Praga, onde começou a estudar Química. Depois de duas semanas, todavia, trocou pelo curso de Direito. Assim que se formou, foi trabalhar como advogado numa companhia de seguros, e escrevia no tempo livre.

A literatura era o segundo trabalho de Kafka – não por isso menos importante. Ao contrário, a escrita o tomava por completo: “não estou brincando quando digo que essa experiência é uma espécie de enjoo em terra firme”.

Conheça mais sobre a vida e obra de Franz Kafka com Os Sagrados Cães Dançarinos – Mística e Heresia em Franz Kafka.

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Os Sagrados Cães Dançarinos, livro de Eduardo Oyakawa.

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