As Memórias de Underground

AUTOR:
Scruton, Roger

TRADUÇÃO:
Sette-Câmara, Pedro

POSFÁCIO:
Rocha, João Cezar de Castro

Editora:
É Realizações

Gênero:
Literatura

Subgênero:
Literatura Estrangeira

Formato:
14 x 21 cm

Número de Páginas:
336

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-85-8033-370-1

Ano:
2019
Pertence à coleção:
Coleção Ficções Filosóficas

Tags:
distopia, histórias de metrô, romance histórico, totalitarismo, censura, ditadura soviética, Europa Central, URSS, cultura tcheca, anos 1980, romance e E-book

As Memórias de Underground

R$76,90

Sinopse


Na Tchecoslováquia comunista, Jan Reichl cultiva o hábito de andar de metrô e imaginar os segredos escondidos sob as faces mudas de seus compatriotas. Ter um passatempo se tornou necessário quando seu pai, um leitor de Kafka, Camus, Zweig, Sartre, foi condenado a anos de trabalho forçado, exatamente por discutir em público essa literatura. O jovem transforma em texto as próprias divagações, e sua mãe as compila em um livro clandestino: Rumores, assinado com o pseudônimo Soudruh Androš, por sua vez apelidado de Camarada Underground. A circulação ilegal do livreto levou a mãe à prisão, mas permitiu a Jan conhecer um movimento subterrâneo de resistência. Quem o introduz nesse universo é Betka, a um só tempo misteriosa e encantadora, com quem Honza – como ele pede para ser chamado – inicia um romance. Esta é uma história sobre a verdade, a liberdade e a beleza, escrita pelo filósofo Roger Scruton e inspirada em sua própria experiência de colaboração com dissidentes da URSS.

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  • Palestra

  • Saiu na mídia

    Artigo Mário Ferreira dos Santos - Estadão

    A Ficção e o Filósofo

    O Estado de S. Paulo | 15 de setembro de 2019

    Disponível em PDF

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SOBRE O LIVRO

Você já se pegou imaginando a história de vida que há por trás dos desconhecidos que vê diariamente no metrô? Jan Reichl, sob a Tchecoslováquia soviética, transformou esse costume em hobby – o que lhe custou uma perda, mas lhe proporcionou uma paixão. Num regime em que tudo o que não faz propaganda do governo é crime, e em que a desconfiança é dominante nas relações sociais, fantasiar sobre a intimidade de estranhos é uma tentação constante. Jan cedeu a ela depois que seu pai foi condenado a anos de trabalho forçado por ler e divulgar a literatura de Kafka, Camus, Zweig, Sartre e outros. Sua mãe, funcionária da fábrica estatal de papéis, confecciona em casa livros clandestinos, os samizdat. É ela quem reúne numa brochura os contos avulsos que seu filho lhe dava para ler, inspirados nas aventuras imaginativas do metrô. Rumores é o título do volume, Soudruh Androš o pseudônimo que o assina, e Camarada Underground o apelido com que o autor anônimo ficaria conhecido. Pela circulação do livreto, a mãe de Underground foi presa; mas, também por isso, Jan conheceu no metrô Alžbeta Palková, jovem encantadora e misteriosa que o apresenta a um movimento underground de resistência. As Memórias de Underground é o romance em que Roger Scruton revisita a sua própria experiência de colaboração com dissidentes da URSS.

Durante a década de 1980, a Jan Hus Educational Foundation canalizou esforços de acadêmicos ocidentais dispostos a apoiar a resistência à ditadura soviética. Fosse organizando palestras, exportando livros ou viabilizando o intercâmbio de estudantes da Europa Central, participaram da iniciativa pensadores como Jacques Derrida, Jürgen Habermas, Charles Taylor, Ernest Gellner e Roger Scruton. O autor de As Memórias de Underground se envolveu em profundidade, atuando pessoalmente ao lado de um dissidente tcheco – Jirí Müller –, o que o fez ser detido, expulso do país e indexado na “Lista de Pessoas Indesejadas”. Passadas as trevas do autoritarismo, Scruton recebeu a Medalha do Mérito, de Primeira Classe, das mãos do primeiro presidente da República Tcheca, Václav Havel. Em 2014 foi lançado nos Estados Unidos este romance, que ficcionaliza aquela colaboração e reproduz o clima rarefeito que havia por trás da Cortina de Ferro. Existe algo de nostálgico na trama, afinal o que ela lembra são dias belos-e-terríveis: narrada pelo protagonista, que nos anos 2000 vive em Washington (EUA), a história demonstra a nobreza da procura pelo “realmente real”, a que se dedicavam os oprimidos por um regime farsante. A escassez da verdade indicava, por contraste, o seu valor – seremos capazes de reconhecê-lo também no conforto do mundo livre?

O underground é um movimento de resistência, o codinome de um dissidente, um meio de transporte público e – como nas Memórias do Subsolo de Dostoiévski – um estado existencial. Sob o socialismo, todos estão presos numa armadilha: a polícia secreta fustiga suspeita e traição, de sorte que a melhor maneira de manter-se seguro é fingir que todos os outros indivíduos simplesmente não são reais. O que resta inalcançável, mas ainda corruptível, é a interioridade dos sujeitos. Compartilhá-la se torna uma aventura; cada palavra é um segredo, cada amizade é um pecado. Depois de seu pai ser levado preso e sua mãe ser sacrificada num altar que ele próprio sem saber preparou, Jan vive meses intensos ao lado de Alžbeta (ou, como ele a chama, Betka). Guiado por ela, o jovem conhece muitos outros dissidentes, como o padre Pavel e o professor Rudolf. Betka e seus colegas parecem inteligentes e bem relacionados, mas Underground nunca chega a ter certeza de quanto pode neles confiar. Talvez acreditar seja uma armadilha do sistema; por outro lado, suspeitar não é exatamente agir como o regime ordena? As Memórias de Undergroundfoi um dos vencedores do Independent Publisher Book Awards de 2015. Este primeiro romance de Roger Scruton editado no Brasil conta com posfácio do crítico literário João Cezar de Castro Rocha.

 

ENDOSSOS

“Roger Scruton conhece muitas coisas, inclusive o comunismo, o coração humano e a língua inglesa. Ele estava na posição perfeita para escrever este romance extraordinário, impactante.” – Jay Nordlinger, National Review

As Memórias de Underground é profundamente humano, sensível e consistente. Em suas páginas elegantemente escritas encontramos uma representação discreta porém brutal de pessoas tentando criar uma vida real para si mesmas – para suas mentes e suas almas – em meio às emaranhadas armadilhas do totalitarismo e de seu conjunto peculiar de mentiras. Através deste livro, nós sentimos o que era respirar aquele ar viciado, asfixiante, enquanto se tentava não exibir nenhum sentimento, para que não se chamasse atenção.” – Meghan Cox Gurdon, Forbes

“Filósofo e ativista no Leste Europeu, Scruton (autor de O que É Conservadorismo) entrelaça referências à literatura, ao transporte subterrâneo e aos movimentos dissidentes tanto no título como no desenrolar dessa história agridoce, ambientada em Praga durante o crepúsculo da Tchecoslováquia comunista. [...] a prosa de Scruton satisfará qualquer pessoa interessada nesse lugar e período.” – Publishers Weekly

“[Este livro] tira você da vida cotidiana e faz sentir, mesmo que o leia mais de uma vez, que você mal arranhou sua superfície [...]. A cada momento coisas profundas e sérias parecem estar acontecendo sob as linhas, e um tesouro de cultura tcheca – canções populares, lendas folclóricas, Janácek, Kundera e Hrabal – tem algumas sedutoras amostras espalhadas no decorrer do texto. O livro parece ter vindo à luz de uma profunda quietude e silêncio, e tanto exige quanto retribui isso ao leitor.” – Robin Ashenden, Central and Eastern European London Review

 

CURIOSIDADES

• Roger Scruton é um sucesso editorial no Brasil e um dos autores mais lidos do catálogo da É Realizações; este é seu primeiro romance publicado em português.

• No enredo, o protagonista vivencia no metrô a experiência crucial de sua história – um ambiente familiar a todos os habitantes de grandes cidades brasileiras.

• A ficção é inspirada na passagem do próprio Scruton pela Tchecoslováquia, onde ele colaborou com dissidentes do comunismo.

• Essa experiência integrou as iniciativas da Jan Hus Educational Foundation, de que também participaram filósofos como Charles Taylor, Jürgen Habermas, Ernest Gellner e Jacques Derrida.

• O livro sintetiza, de forma imaginativa, os principais temas da filosofia do autor: a importância da beleza, a centralidade do rosto humano, o amor ao lar, a sacralidade do desejo sexual, o viés autoritário do pensamento de esquerda e a nossa dependência do transcendente.

As Memórias de Underground é uma obra recente, originalmente publicada nos Estados Unidos em 2014.

• Durante as várias digressões filosóficas do protagonista-narrador, são mencionados autores caros à Editora, como Santa Teresa d’Ávila, Pascal, Kierkegaard, Stefan Zweig e, claro, Dostoiévski (cujas Memórias do Subsolo são a inspiração para o título deste romance).

• Por sinal, a intertextualidade com a filosofia e com a alta literatura é frequente no decorrer do volume.

• Em 2019 completam-se 30 anos da queda do Muro de Berlim, fato que traz de volta à tona a discussão sobre a vida debaixo do regime socialista.

• Václav Havel, Milan Kundera e Jan Patocka são alguns dos intelectuais tchecos aludidos na narrativa, que reproduz encantadoramente tanto o clima da década de 1980 como a cultura da então Tchecoslováquia. Vilém Flusser, filósofo naturalizado brasileiro e publicado pela Editora, era originário daquele país.

• Ao mesmo tempo, o narrador conduz a história a partir de Washington, o que lhe dá a oportunidade de fazer comparações entre a cultura norte-americana e as culturas da Europa Central.

• Os assuntos da trama permitem aproximar a ficção de Roger Scruton à estética de Matéi Visniec, conforme explorado pelo posfácio de João Cezar de Castro Rocha e sugerido pela palestra que o crítico proferiu no lançamento do livro O Rosto de Deus, de Scruton (cujo registro em vídeo está disponível em nosso canal no YouTube).

• Este romance foi um dos vencedores, na categoria Suspense, do Independent Publisher Book Awards de 2015.

 

SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:

• Público geral, interessado em histórias românticas e familiarizado com a experiência de conviver com desconhecidos no metrô.

• Admiradores de Roger Scruton.

• Curiosos pela história do comunismo soviético.

• Entusiastas do conservadorismo, de que Scruton é um dos principais expoentes.

• Apreciadores da literatura e da filosofia inglesas contemporâneas.

• Pesquisadores de temas como romances filosóficos, literatura inglesa contemporânea, filosofia inglesa contemporânea, conservadorismo e estética, reabilitação de gêneros literários.

• Fascinados pela cultura tcheca.

• Estudantes de letras, filosofia, história ou ciências sociais.