Homens da Tarde

AUTOR:
Santos, Mário Ferreira dos

POSFÁCIO:
Rocha, João Cezar de Castro e Chaves, Ian Rebelo

Editora:
É Realizações

Gênero:
Literatura

Subgênero:
Literatura Brasileira

Formato:
14 x 21 cm

Número de Páginas:
376

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-85-8033-369-5

Ano:
2019
Pertence à coleção:
Coleção Ficções Filosóficas

Tags:
romance filosófico, entreguerras, filosofia concreta, filósofos brasileiros e E-book

Sinopse

Romance inédito do filósofo Mário Ferreira dos Santos, Homens da Tarde é – além de uma leitura adoravelmente perturbante – uma ficção que ilumina o pensamento desse autor. A trama imagina o cotidiano de personagens que aparecem no diálogo editado pela Coleção Logos, Filosofias da Afirmação e da Negação. Paulsen é um funcionário público entediado com sua rotina monótona. É ocasionalmente provocado à reflexão pelo colega de trabalho, Josias, e pelo amigo comum a ambos, Pitágoras. Sobretudo, é desestabilizado pela paixão que vê nascer por uma moça, Joana. Outro amigo comum àqueles é Vítor, jovem aspirante a poeta que se apaixona pela meiga Inge. As personagens vivem um mundo crepuscular, às vésperas de um conflito global, e experimentam a sua própria situação como quem contempla o entardecer, cujos contornos são obscuros. O luto, a existência de Deus e o caos urbano são alguns dos temas filosóficos que permeiam a narrativa e a tornam inquietante. A edição reproduz o datiloscrito original do livro.

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  • Saiu na mídia

    Artigo Mário Ferreira dos Santos - Estadão

    A Ficção e o Filósofo

    O Estado de S. Paulo | 15 de setembro de 2019

    Disponível em PDF

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SOBRE O LIVRO

Homens da Tarde é o romance inédito de Mário Ferreira dos Santos. Em Filosofias da Afirmação e da Negação, obra escrita em formato de diálogo, o autor introduziu personagens que encarnavam posturas filosóficas – ou antifilosóficas – as mais variadas. Como explica o prefácio daquele livro, essas figuras foram extraídas de uma ficção nunca publicada. Esta é a primeira vez que o título vem a público, numa edição crítica que inclui integralmente o fac-símile do datiloscrito original. Na história, como no diálogo, o autor recorre à conversação como motor da reflexão filosófica. Mas, enquanto lá o andamento dos colóquios depende em absoluto da figura de Pitágoras de Melo – um tipo socrático que combate o moderno sofismo –, aqui é o próprio estado de coisas mundial, aliado à circunstância vivida por cada personagem, o que torna os questionamentos urgentes. Nisso está o sentido da tipologia que origina a imagem dos “homens da tarde”: estes são os que notam a existência dos problemas mas não discernem seus contornos – os que estão envolvidos pelas dúvidas como quem se vê cercado pelo crepúsculo. A eles se acrescentam os homens da noite, desbravadores solitários das perguntas; os homens da madrugada, apóstolos e mártires que vislumbram o amanhecer; e os homens do meio-dia, que concretizam ou arruínam o que os demais sonharam ou temeram.

Frederico Paulsen é, como seu xará alemão, “humano, demasiadamente humano”. Menino franzino, cresceu “entre a vida e a morte”; agora adulto, gasta os dias numa repartição pública – monotonia que, para seu colega Josias, mais parece uma forma de morte em vida. Certos abalos o fazem notar o próprio marasmo: dois lutos e uma paixão. É o encontro com uma garota também o que dá novo sentido a Vítor. Este é um jovem e vaidoso aspirante a poeta, o qual conhece Inge, moça que trabalha num ateliê de costura. Comuns a Paulsen e Vítor há os amigos Válter, Samuel, Ricardo e Pitágoras – o único do grupo capaz de agir como um homem da noite, embora os afazeres cotidianos o impeçam de se dedicar integralmente ao enfrentamento das questões. Para todas as personagens, os problemas verdadeiramente relevantes não são de ordem econômica, nem política. No prefácio, Mário Ferreira dos Santos posiciona-se francamente contrário à tendência de se exigir das obras de ficção uma ênfase na problemática social. Os temas de Homens da Tarde são universais: o espanto diante da morte, a frieza da vida urbana, a existência de Deus. O que não descarta, mas na verdade sugere, que seja levada em conta a situação do mundo. Assim como os indivíduos, os países são descritos num momento crepuscular, à beira de um conflito generalizado.

No tempo em que a trama se desenrola, o mundo está atento ao significado da guerra civil na Espanha. O conflito parece constituir o prenúncio de um confronto de maior alcance. Como simples impressão, no entanto, essa não é uma constatação evidente; trata-se de um cenário de coloração incerta. Essa é a condição dos países, assim como é a situação dos indivíduos. Paulsen e Vítor são, em suas paixões e em seus lutos – e com as dúvidas ocasionadas por eles –, os Homens da Tarde, que Mário põe diante do leitor para que este reflita sobre a condição humana. Esta edição do romance até aqui inédito inclui o fac-símile completo do datiloscrito original, e nele temos oportunidade de verificar o intenso trabalho de revisão e reescrita desempenhado pelo autor. Nos posfácios este aspecto é explorado, ao lado de outras facetas desveladas pelo romance: em particular, a sistemática revisita que o pensador brasileiro faz a textos que escreveu nos mais diversificados gêneros. Assim, o romance alude a artigos da juventude e por sua vez passa a ser citado em colunas de jornal. Mais ainda, aqui já são concebidos as personagens de Filosofias da Afirmação e da Negação e, até mesmo, os temas de Filosofia Concreta! O livro é, assim, imperdível tanto para os amantes da literatura brasileira como para os interessados na filosofia de Mário Ferreira dos Santos.

 

ENDOSSOS

“[...] a publicação deste primeiro inédito de Mário Ferreira dos Santos que editamos representa um convite irrecusável: acompanhar os passos iniciais do desenvolvimento de um projeto filosófico único.” – JOÃO CEZAR DE CASTRO ROCHA, professor titular de Literatura Comparada na UERJ

 

CURIOSIDADES

• Mário Ferreira dos Santos é, atualmente, um dos autores mais lidos de nosso catálogo.

• Esta é a primeira vez que Homens da Tarde é publicado, tendo a ficção chegado a ser aludida como inédita em outras obras do autor.

• O volume consiste numa edição crítica, que traz o texto completo e revisado, além do inteiro fac-símile do datiloscrito original.

• A trama apresenta uma galeria de personagens, sentimentos e circunstâncias sintonizados com a vivência comum do leitor, que assim não poderá não se simpatizar com o romance.

• O livro abarca personagens, assuntos e até trechos que são mencionados em outros escritos do autor, sendo por isso indispensável a quem deseja compreender a totalidade de seu pensamento e a sagacidade de seu estilo.

• Esse e outros aspectos do romance são explorados em posfácios assinados por João Cezar de Castro Rocha (professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e Ian Rebelo Chaves (pesquisador do Arquivo Mário Ferreira dos Santos / É Realizações Editora).

• A intenção de Mário Ferreira dos Santos, ao transitar por diferentes gêneros e plataformas, foi consolidar um público leitor de filosofia no país – propósito que também está entre os objetivos da Coleção Ficções Filosóficas.

 

SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:

• Admiradores de Mário Ferreira dos Santos.

• Interessados em histórias que induzem a questionamentos existenciais.

• Apreciadores de ficções ambientadas no período entreguerras.

• Entusiastas da literatura brasileira.

• Pesquisadores de temas como reabilitação de gêneros literários, romance filosófico, história da filosofia no Brasil, literatura brasileira do século XX.

• Professores de história da literatura brasileira ou filosofia contemporânea.

• Estudantes de filosofia ou letras.