Foucault - Ou o niilismo de cátedra

AUTOR:
Merquior, José Guilherme

TRADUÇÃO:
Garschagen, Donaldson M.

Editora:
É Realizações

Gênero:
Ciências Humanas e Sociais

Subgênero:
Filosofia

Formato:
13,5 x 23,3 cm

Número de Páginas:
440

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-65-86217-22-3

Ano:
2021
Pertence à coleção:
Biblioteca José Guilherme Merquior

Tags:
filosofia

Foucault - Ou o niilismo de cátedra

R$104,90

Sinopse

Traduzido para diversos idiomas e celebrado por intelectuais como Camille Paglia e Kenneth Minogue, este volume – originalmente integrante da coleção Modern Masters, editada por Frank Kermode – faz uma bem-informada avaliação crítica tanto da figura como da obra completa de Michel Foucault, um dos mais prestigiados pensadores franceses recentes. José Guilherme Merquior examina cada um de seus livros e sublinha a inexatidão com que os dados históricos são tratados na maioria deles; ao mesmo tempo, se esforça por compreender o projeto foucauldiano, identificando seus pontos altos e reconhecendo sua pertinência. Ao fim, a imagem de um retórico melancolicamente desencantado com a ciência e com a razão é o que emerge de Foucault – Ou o niilismo de cátedra. Esta edição inclui a entrevista que Foucault concedeu a Merquior e a Sergio Paulo Rouanet, além de prefácio e posfácios de estudiosos da obra merquiorana e fac-símiles do Arquivo José Guilherme Merquior / É Realizações Editora.

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SOBRE O LIVRO

 
Esta introdução crítica examina cada um dos livros – e ainda alguns textos, entrevistas e conferências – de Michel Foucault, incluindo o quarto volume de sua História da Sexualidade, postumamente publicado e apenas em 2020 traduzido no Brasil. O ensaio toma também em consideração os principais comentadores de Foucault e especialistas nos campos do saber explorados por ele. José Guilherme Merquior o escreveu em inglês, como parte da coleção Modern Masters, editada por Frank Kermode, que contava por exemplo com títulos sobre Heidegger por George Steiner, sobre Durkheim por Anthony Giddens e sobre Marcuse por Alasdair MacIntyre. Foucault – Ou o niilismo de cátedra tornou-se referência obrigatória, celebrado por Camille Paglia e Kenneth Minogue e aludido no prefácio à edição norte-americana do livro Foucault de Deleuze, lançada três anos após o Foucault de Merquior. Aqui, sobressaem a honestidade e a clareza da análise, que acompanha cronologicamente a produção foucauldiana e ilumina aquilo que o filósofo sob exame deixou obscuro, a saber, o percurso cumprido por seu pensamento e as razões para cada uma das suas mudanças de rota. O autor denuncia certo descuido com os dados históricos, destacadamente no livro História da Loucura, sem contudo desmerecer o projeto crítico levado a cabo por ele.

O juízo de José Guilherme Merquior sobre Michel Foucault é severo: trata-se de um praticante de lítero-filosofia, mais afeito ao glamour do que ao rigor argumentativo e à objetividade. Mas seu exame não se reduz ao polemismo; antes, procura reter de cada estágio da reflexão foucauldiana o que resta pertinente como avaliação crítica de nosso tempo histórico. O autor se esforça em prever quais seriam os contra-argumentos de Foucault às suas objeções e, mesmo sobre a figura pública do pensador, deixa ver certo fascínio – evidentemente, crítico – com o que ela representou para a filosofia e a cultura europeias recentes. É nesta esfera que se conforma a imagem do niilismo de cátedra, que falha em ser ativo como o niilismo preconizado por Nietzsche e se deixa melancolicamente desencantar com a ciência e com a razão, contornando com astúcia os desafios intelectuais que lhe são lançados e se aproveitando sem pudor dos efeitos de tais expedientes retóricos. Todas as nuances, porém, são apontadas por Foucault – Ou o niilismo de cátedra, que vê os arroubos pseudo-historiográficos se amenizarem em O Nascimento da Clínica, lamenta a aleatoriedade das epistemes como narradas em As Palavras e as Coisas, detecta uma virada nietzschiana em A Arqueologia do Saber, contrasta a clareza de Vigiar e Punir às suas omissões e imprecisões e, por fim, reconhece o amadurecimento alcançado pelo pensador francês em sua História da Sexualidade.

No cerne do projeto intelectual de Michel Foucault, José Guilherme Merquior identifica um propósito digno de endosso – nomeadamente, desvincular-se de uma metafísica antropocêntrica, que tome o sujeito humano por fundamento e a razão por uma entidade unívoca. Um breve quadro da figura de Foucault é oferecido ao fim da análise de seus livros, e nele é possível verificar a medida em que seu projeto foi bem-sucedido, ao se destacarem os pontos de contato e de discordância com Nietzsche, Marx e Freud, se recuperar a interação acidentada com outra personalidade contemporânea, Noam Chomsky, e se comparar seu pendor irracionalista com o progressismo neoiluminista de filósofos como Habermas e Rawls. Esta reedição de Foucault – Ou o niilismo de cátedra preserva a tradução de Donaldson M. Garschagen, feita sob o acompanhamento do autor, mas acrescenta pela primeira vez ao texto brasileiro os “Agradecimentos” da edição original, que redimensionam o tom e a intenção do livro. Além disso, o volume conta com prefácio de Andrea Almeida Campos, posfácios de João Cezar de Castro Rocha e Paulo Roberto de Almeida, uma entrevista conduzida por Merquior e Sergio Paulo Rouanet com Foucault, fac-símiles do Arquivo José Guilherme Merquior / É Realizações Editora e índices analítico e onomástico.

 

ENDOSSOS

 
“[Merquior] expõe de modo hilário os erros elementares cometidos por Foucault em cada uma das áreas sobre as quais ele escreveu.” - CAMILLE PAGLIA, Sex, Art and American Culture – Essays

“[...] excelente, [...] crítica fundamental [...]. O livro de Merquior é notavelmente abrangente e, embora crítico, inteiramente justo. Ele explica meticulosamente os vários tipos de pano de fundo necessários para ver a que veio Foucault. Escrito com uma grande verve [...].” - KENNETH MINOGUE, Government and Opposition (vol. 22, nº 1, 1987)

“A melhor abordagem geral à obra de Foucault.” - JOHN M. ELLIS, Literature Lost – Social Agendas and the Corruption of the Humanities “Um tratamento elegante e bem-informado da fusão ‘altamente original’ de filosofia e história por Foucault.” - ALAN SWINGEWOOD, The British Journal of Sociology (vol. 38, nº 2, 1987)

“Excelente, vívido, informado e, sobretudo, muito justo, intelectualmente falando.” - RAYMOND BOUDON (7/1/1985)

“O rigor acadêmico empregado neste livro é decididamente superior. Fica-se a imaginar quais bem-informados ambientes intelectuais o autor frequentou para ter absorvido tanto. Esta obra é um corretivo à posição geralmente acrítica da maioria dos livros existentes sobre Foucault, e eu o classificaria como um volume altamente importante.” - ALLAN MEGILL, University of Iowa (14/8/1986)

“José Guilherme Merquior conhece bem a cultura francesa. A ele já devemos um livro sobre Lévi-Strauss, um estudo sobre Rousseau... A pequena obra que ele consagra a Foucault não tornará falsa a sua reputação de especialista. Ele conhece seu Foucault como a palma de sua mão. [...] O que faz todo o interesse deste pequeno livro é o enorme trabalho realizado pelo autor de confrontar as análises de Foucault sobre a história com as pesquisas de especialistas de cada época e de cada problema. Merquior passa em revista cada um dos livros de Foucault. Ele se interroga sobre a validade dos estudos dos fatos e sobre a pertinência dos postulados globais. Na maior parte do tempo, o veredito é severo: Merquior recusa firmemente tanto uns como os outros. [...] O livro de Merquior põe à obra de Foucault uma série de questões capitais, que os discípulos do filósofo terão de levar em consideração com urgência, a fim de fornecer contra-argumentos ou operar as mudanças que vierem a se impor: uma obra não é fixa, e a morte prematura de seu autor não deve transformá-la em um mausoléu.” - DIDIER ERIBON, Le Nouvel Observateur (29/8/1986)

“A celebração de Michel Foucault, morto há dois anos, toma a forma de uma cerimônia religiosa cujo grande sacerdote é incontestavelmente Gilles Deleuze. Mas, como nas melhores histórias cristãs, há alguns traidores, alguns hereges que ousam dizer em alta voz o que alguns murmuram em segredo: Foucault era bem menos um filósofo, historiador e sociólogo do que um brilhante retórico nietzschiano cujas fobias, cujos preconceitos anti-burgueses nos conduzem a interpretar a história como um melodrama. O livro satânico de José Guilherme Merquior é a este respeito de uma clareza angelical (que faz parecer inutilmente complicadas as explicações ‘purificadoras’, por exemplo de Gilles Deleuze). Foucault – Ou o niilismo de cátedra: o título insolente fará enraivecer os velhos pontífices de 1968, mais inclinados às admirações e às rejeições incondicionais do que aos exames de consciência. Deve ser reconhecido que Merquior, um estudioso da escola analítica anglo-saxã, jamais é tomado por certo terrorismo parisiense e se baseia na mais escrupulosa historiografia para responder com fatos às construções de Michel Foucault. [...] O método ‘arqueológico’ de Foucault se vê assim estremecido pelo impulso desmistificador de Merquior.” - Michel Grodent, Le Soir (6/11/1986)

“J.-G. Merquior não pode ser acusado de malevolência. Mas seu estudo representa, até o momento, a crítica mais vívida e sistemática de Foucault. Desmontando passo a passo algumas de suas análises célebres, ele lança suspeitas sobre a retórica desse teórico considerado por ele como o mais brilhante exemplo da marginalidade oficial, elaborando uma filosofia cínica que prega ‘o irracionalismo e o descrédito do intelecto do alto de instituições que estão no coração da cultura que ela tanto tenta solapar’.” - PIERRE BONCENNE.

CURIOSIDADES

 
• Foucault – Ou o niilismo de cátedra cumpre, antes de tudo, o papel de introdução à obra de um relevante pensador recente, como era o propósito da coleção em foi originalmente publicado (Modern Masters, coordenada pelo grande crítico literário e editor Frank Kermode).

• Na coleção, o título era acompanhado de outros livros incontornáveis, como o Heidegger de George Steiner, o Durkheim de Anthony Giddens e o Marcuse de Alasdair MacIntyre.

• A intenção introdutória é excedida pelo rigor crítico com que José Guilherme Merquior empreende seu exame, propiciando ao leitor avaliar cada ideia que acaba de ser apresentada.

• Por outro lado, o autor é tão severo quanto honesto, retratando com exatidão o projeto intelectual foucauldiano e buscando identificar seus méritos.

• Sem deixar de ser sucinto, o texto cobre exaustivamente a produção de Foucault, comentando todos os seus livros – além de alguns artigos, entrevistas e conferências –, incluindo o quarto volume da série História da Sexualidade, As Confissões da Carne, postumamente publicado e apenas em 2020 traduzido no Brasil.

• Merquior toma em consideração não apenas tudo o que foi escrito por Foucault, mas também tudo o que de relevante havia sido escrito tanto sobre ele como sobre as áreas do conhecimento por ele abordadas.

• Com uma exposição extraordinariamente clara, o escrito lança sobre o percurso intelectual de Foucault e suas motivações uma luz que nem o próprio Foucault conseguira lançar.

• Tal foi o impacto das objeções de Merquior que o ensaio foi entusiasmadamente recomendado por outros críticos de Foucault, como Camille Paglia e Kenneth Minogue, e citado por Paul Bové no prefácio à edição norte-americana do livro Foucault de Deleuze.

• Nossa reedição inclui uma entrevista concedida por Foucault a Merquior e Sergio Paulo Rouanet; valioso documento histórico, ela traz, por exemplo, o anúncio do que hoje se reconhece ser o projeto de Vigiar e Punir, precisamente em resposta a uma ponderação de Merquior sobre a insuficiência do método arqueológico.

• Escrito originalmente em inglês, o livro foi traduzido para o português, o francês, o italiano, o espanhol, o turco e o holandês.

• Este relançamento preserva a tradução de Donaldson M. Garschagen, feita sob o acompanhamento do autor, mas acrescenta pela primeira vez ao texto brasileiro os “Agradecimentos” da edição original, que redimensionam o tom e a intenção do ensaio.

• A edição conta com três textos críticos: um prefácio de Andrea Almeida Campos, que sintetiza a crítica de Merquior à luz do pensamento do próprio Foucault; um posfácio de João Cezar de Castro Rocha, que mapeia a presença de Foucault no pensamento do próprio Merquior; e um posfácio de Paulo Roberto de Almeida, que traça um longo panorama da produção de Merquior em paralelo com a sua atuação político-diplomática.

• Na seção “Arquivo José Guilherme Merquior / É Realizações Editora”, o leitor conferirá fac-símiles do manuscrito original do livro, das várias edições que ele recebeu mundo afora, da carta que originou o subtítulo da obra, da correspondência e resenha de Kenneth Minogue sobre o volume e de outras amostras da repercussão que o ensaio obteve na imprensa e na academia.

• Índices analítico e onomástico também integram este lançamento.

• Foucault – Ou o niilismo de cátedra dá continuidade ao projeto da Biblioteca José Guilherme Merquior, que com ele alcança já o seu décimo volume.


SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:

 
• Interessados em abordagens críticas ao pós-estruturalismo ou ao pós-modernismo.

• Estudiosos da obra de Michel Foucault.

• Admiradores de José Guilherme Merquior.

• Professores de filosofia contemporânea, epistemologia das ciências humanas ou teoria do conhecimento.

• Estudantes de filosofia, ciências sociais, psicologia, direito ou história.

• Leitores de intelectuais que endossaram o livro, por exemplo Camille Paglia e Kenneth Minogue.

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