Paul Claudel (1868-1955) é um dos principais dramaturgos do século XX e um renovador da lírica francesa. Sua obra se constitui em um momento marcado pela emergência de outros autores modernos que, embora muito diferentes de Claudel (como Guillaume Apollinaire e André Gide), também buscam novos caminhos para a criação literária. Em textos como Cinco Grandes Odes e Cantata a Três Vozes, Claudel funde eloquência e musicalidade, paganismo e catolicismo, ciência e teologia, símbolo e autobiografia. Resulta daí uma torrente poética irreprimível, modulada no ritmo livre do versículo e pontuada por imagens tão precisas quanto misteriosas. Uma poesia orientada pela tarefa, permanentemente inacabada, de dizer tudo, sacralizando o mundo pela palavra.