Embora formado em Direito pela USP, foi como filósofo, lógico e matemático que fez carreira. Pioneiro da lógica contemporânea no Brasil, tornou-se assistente de W.V.O. Quine, lógico de Harvard, quando este esteve como professor convidado na USP, ajudando-o inclusive a escrever em português o clássico O Sentido da Nova Lógica. Newton da Costa demonstrou grande admiração por suas contribuições à lógica nos artigos “A obra de Vicente Ferreira da Silva em lógica” e “Vicente Ferreira da Silva e a lógica”. Numa fase posterior, dedicou-se à fenomenologia, à arte, às religiões e à chamada conscienciologia, sob a influência de Xavier Zubiri, Ortega y Gasset e outros pensadores. Representou o Brasil no Congresso de Filosofia de Mendonza, de que também participou, entre outros, Eugen Fink, filósofo alemão e assistente de Edmund Husserl. Dirigiu a Divisão de Difusão Cultural da Reitoria da USP, foi cofundador do Instituto Brasileiro de Filosofia e ladeou Mircea Eliade no conselho científico da coleção Rowohlts Deutsche Enzyklopaedie (Enciclopédia Alemã Rowohlts). Participou da organização do 1º Congresso Internacional de Filosofia, que trouxe ao Brasil seu colega Julián Marias. Entre seus amigos e admiradores também estavam Vilém Flusser, Gabriel Marcel e Guimarães Rosa. Sua esposa foi a poetisa e destacada tradutora Dora Ferreira da Silva, vencedora do Prêmio Machado de Assis da ABL e três vezes do Prêmio Jabuti, falecida em 2006.