SOBRE O LIVRO
Questionamentos sobre a realidade concreta chegam a ser um estereótipo esperado de qualquer um que fale sobre filosofia sem a estudar, de fato. Isso se da por uma simples razão: divagações sobre a realidade é algo comum entre o ser humano e esperado de um filósofo. Vilém Flusser não foge dessa questão tão importante e a enfrenta com dignidade e a acurácia que lhe são próprias.
Em Língua e Realidade, Flusser se volta ao Lógos para, desse modo, tentar compreender a ligação entre a comunicação e a realidade concreta das coisas. Flusser começa falando sobre a ligação da língua com a realidade. A clássica discussão da obra De Magistro de Santo Agostinho, mas ampliada para questões mais específicas, como os limites da tradução e a validade de línguas universais.
O autor estende sua investigação, na segunda parte, para questões mais ontológicas como a ligação da linguagem com o tempo, com a substância e a causalidade das coisas e com o ser em si. Nessa segunda parte, os diálogos com a fenomenologia e a filosofia analítica se tornam explícitos e impossíveis de ignorar. Flusser adentra no debate onde figuras como Heidegger e Witgenstein estão. Sua contribuição para o debate se encontra, por incrível que pareça, em uma esfera mais prática da comunicação. Flusser foca na comunicação efetiva entre sujeitos e no modo como a reflexão sobre o ser, o tempo e tantos outras reflexões presentes na história da filosofia, interferem, de algum modo, em nossa comunicação quotidiana. A língua possui uma lógica que busca significar a realidade concreta, por isso, se queremos compreender bem nossa língua e, desse modo, falarmos de modo efetivo, compreender a lógica por trás é indispensável.
Curiosidades
• Língua e Realidade é uma das obras mais importantes de Flusser e a nova edição possui um aporte crítico maior que as anteriores.
• É parte da coleção Biblioteca Vilém Flusser.
• O livro tem muito a contribuir com o debate público sobre o mal uso da linguagem.
• O livro dialoga com diversos outros autores da editora como Michel Henry, Xavier Zubiri e Vicente Ferreira da Silva.
SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:
• Estudantes de comunicação, filosofia e português (línguas no geral).
• Pesquisadores e interessados em fenomenologia e ontologia.
• Interessados Vilém Flusser, Martin Heiddeger e Nietzsche.
• Professores de português, tradução, literatura, filosofia e história.