O Julgamento das Nações

AUTOR:
Dawson, Christopher

TRADUÇÃO:
Brito, Márcia Xavier de

Editora:
É Realizações

Gênero:
Ciências Humanas e Sociais

Subgênero:
Crítica Cultural

Formato:
16 x 23 cm

Número de Páginas:
272

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-85-8033-332-9

Ano:
2018
Pertence à coleção:
Coleção Abertura Cultural

Tags:
civilização judaico-cristã, Ocidente, ecumenismo, filosofia da história, meta-história, teologia da cultura, secularismo e história contemporânea

O Julgamento das Nações

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Sinopse

O Julgamento das Nações é um escrito avassalador. Do notório historiador britânico Christopher Dawson, o livro está dividido em duas partes. A primeira investiga as origens da catástrofe espiritual que resultou na Segunda Grande Guerra: elas remontam às divisões por que passara o cristianismo, mas têm o seu momento decisivo no curto período dos cem anos que antecederam o conflito. O Ocidente substituiu a fé cristã, sobre a qual os seus próprios valores se fundavam, pela religião secular do progresso. Somente preservando o legado do cristianismo é que se pode assegurar o valor da liberdade; por isso, a segunda parte da obra explora a possibilidade de se restaurar a ordem cristã. O texto tanto mais se prova impactante à medida que se constata a atualidade do seu argumento.

  • Palestra

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Saiba mais sobre o livro

Parte do trabalho de um historiador é encontrar e expor a ordem subjacente a uma massa caótica de dados. Christopher Dawson já havia demonstrado, em livros como Progresso & Religião e Inquéritos sobre Religião e Cultura, a sua extraordinária capacidade de fazê-lo – e com tal abrangência que elevava a sua historiografia ao nível de uma meta-história, ou filosofia da história. Ao eclodir a Segunda Grande Guerra, o que o notório erudito galês teria a dizer sobre semelhante crise? Com preocupação mas também lucidez, lamento mas também esperança, ele reconhece naquele estado de desordem um momento de juízo do Ocidente e do mundo. O Julgamento das Nações narra, em sua primeira parte, “a desintegração da civilização ocidental”, que, embora deitasse raízes em eventos dispersos ao longo do segundo milênio (como o Grande Cisma do Oriente e a Reforma Protestante), precipitou-se velozmente nos cem anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. Na segunda parte, Dawson explora a necessidade e a possibilidade de uma restauração dos valores espirituais cristãos como normativos para a cultura ocidental, o que incluiria uma reunificação dos diferentes ramos do cristianismo – objetivo que surge, assim, com um vínculo mais estreito do que normalmente se admite com o tema da paz mundial.

No escrito que fundou a filosofia da história, A Cidade de Deus, Santo Agostinho lidou com o problema da ameaça de ruína da civilização no exato momento em que a Igreja consolidava a sua vitória sobre o paganismo. Christopher Dawson reconhece na crise que culminou na Segunda Guerra a situação inversa: agora é a civilização cristã, fundada sobre os valores defendidos por Agostinho (e enriquecida, no decorrer dos séculos, por diferentes povos e escolas de pensamento) que constitui objeto de subversão – uma circunstância menos próxima à confrontada em A Cidade de Deus do que ao cenário pintado por São João no Apocalipse. Uma cultura, quando se distancia da religião sobre cujos valores fora fundada, não pode senão incidir em crise, passando a duvidar de sua própria existência. Com efeito, entre os séculos XIX e XX se deu uma transformação tão decisiva do mundo quanto aquela em que consistira a adesão do Império Romano ao cristianismo: o Ocidente aderiu a uma nova fé – a saber, à religião secular do progresso. Ocorre que o resultado desse credo foi a sujeição do homem à técnica. A tortura, a escravidão, o medo da morte repentina – terrores que o século XIX julgara haver superado definitivamente – reapareceram, ao lado de novos males. Na ausência de fundamentos religiosos e metafísicos, a moralidade se curvou a fins inferiores. Agora o Ocidente procurava meios de reassegurar o ideal de liberdade que o culto ao progresso pensou levar adiante mas acabou por destruir. E é aqui que, segundo Dawson, a “causa de Deus” e a “causa dos homens” se tornam uma só, pois fora o cristianismo – e a história deste é a história das intervenções de Deus nos assuntos humanos – que estabelecera o valor vital da liberdade, a qual só se fragilizou entre os ocidentais porque estes a desvincularam da fé cristã.

A crise que possibilitou os totalitarismos é espiritual, antes de política: foi a própria alma do homem o que se atingiu com uma catástrofe. Evidência disso é que o mal de nosso tempo, perpetrado por terroristas como Robespierre e como Dzerzhinsky, não resulta de vícios de caráter, mas é, ao contrário, infligido de modo frio e abnegado. A guerra, no século XX, é total, e não um infortúnio externo ao homem, como o foram a peste e a fome. Somos seus responsáveis morais, assim como temos a nossa liberdade de espírito ameaçada por ela. É um instinto de agressividade que sempre fora contido pelo cristianismo o que nela se encarna. Os novos eventos históricos ganham, então, a gravidade de uma experiência espiritual. Diante disso, Christopher Dawson se deixa inspirar pelo legado do profetismo hebraico, dos pensamentos de Santo Agostinho e de Tomás de Aquino, do ativismo moral calvinista (muito mais próximo ao catolicismo do que o quietismo luterano), do conservadorismo de Edmund Burke e das encíclicas papais do século XIX para construir um vigoroso humanismo cristão, único meio de reconquistar o que foi perdido pelo Ocidente: a garantia de uma lei moral natural. E isto não como uma tentativa de a civilização salvar a si mesma – o que já foi empreendido, e consistiu, como sempre consistirá, em sua tragédia –, mas, antes, como um reconhecimento da soberania de Deus. O liberalismo propiciado pelo cristianismo (e cujos desdobramentos são cuidadosamente diferenciados por Dawson como tradição, como ideologia e como partido) fundou-se na liberdade de vocação e na liberdade de associação. Não exclui, portanto, o senso de responsabilidade moral, nem o senso de submissão ao Divino, conforme se expressam já na pergunta retórica do apóstolo Paulo – que hoje pode ser lida com um sentido renovado: “Não sabeis que os santos julgarão o mundo?”.


Endossos

“(...) [um] livro duro, (...) [de um dos] maiores historiadores do século XX, (...) [e que] se lê como se tivesse sido escrito ontem.” – William Doino Jr., First Things

“(...) minha favorita entre as obras de Dawson.” – Bradley J. Birzer, The Imaginative Conservative

 

Curiosidades

• Christopher Dawson é, atualmente, um dos autores mais vendidos da Editora, e este é considerado por muitos o seu livro mais importante.

• O autor foi um dos maiores historiadores britânicos do século XX e um dos maiores historiadores cristãos de todos os tempos.

• Aqui, vemos Dawson trazer ao primeiro plano da análise uma abordagem que está implícita na totalidade de sua obra: uma crítica cultural motivada pela filosofia agostiniana da história.

• A introdução de Michael J. Keating e o prefácio de Alex Catharino auxiliam sobremaneira a compreensão do argumento dawsoniano e sua aplicação à época atual.

• Nossa edição traz, ainda, notas explicativas no decorrer do texto e índices onomástico e remissivo ao fim do livro.

• Além de proporcionar uma integração da história com a teologia, a filosofia e as ciências sociais, O Julgamento das Nações faz um convite concreto e persuasivo à reunião das denominações cristãs.

• A obra foi recebida por alguns estudiosos como um contraponto a críticas teológicas da cultura que então vicejavam, como a do protestante americano Reinhold Niebuhr, ainda hoje muito prestigiada.

• Este lançamento possibilita um reencontro dos leitores brasileiros com o clássico do historiador galês, originalmente publicado em nosso país em 1945 (apenas três anos após o seu lançamento no Reino Unido) pelo grande intelectual católico Alceu Amoroso Lima, diretor da Livraria Agir Editora.

 

SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:

• Leitores de Christopher Dawson.

• Clérigos e leigos cristãos interessados em história contemporânea.

• Estudantes de história, teologia, ciências da religião, sociologia, filosofia, ciência política, relações internacionais ou antropologia.

• Professores de história contemporânea, história europeia, história do cristianismo, história cultural, história política, teoria da história, teologia da cultura, pensamento cristão contemporâneo, escatologia, sociologia da religião, antropologia da religião, antropologia cultural, filosofia da história, filosofia da religião ou filosofia da cultura.

• Pesquisadores de temas como totalitarismos, ideologias políticas modernas, secularismo, Europa pós-cristã, ecumenismo, filosofia agostiniana da história, filosofia moral tomista.

• Curiosos por história, especialmente por autores como Oswald Spengler e Arnold Toynbee.

• Admiradores da tradição de teoria da cultura que inspirou o conservadorismo contemporâneo (T. S. Eliot, Russell Kirk etc.).

• Apreciadores do ensaísmo cristão de língua inglesa (G. K. Chesterton, Hilaire Belloc, C. S. Lewis etc.).