O Pecado Contemporâneo na Obra de Nelson Rodrigues

AUTOR:
Almeida, Carla Cristine Souza de

PREFÁCIO:
Pondé, Luiz Felipe

Editora:
É Realizações

Gênero:
Ciências Humanas e Sociais

Subgênero:
Crítica Cultural

Formato:
14 x 21 cm

Número de Páginas:
224

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-85-8033-373-2

Ano:
2019
Tags:
narcisismo, psicanálise lacaniana, teatro brasileiro, teatro contemporâneo e sexualidade

O Pecado Contemporâneo na Obra de Nelson Rodrigues

R$79,90

Sinopse

Seja para fãs de Nelson Rodrigues, seja para os simplesmente interessados em refletir sobre a condição humana, este livro será uma leitura apaixonante – e provocadora. O ensaio apresenta a biografia do dramaturgo brasileiro, discute a pertinência do conceito psicanalítico de narcisismo ao exame crítico da cultura e analisa três das principais peças rodriguianas – Álbum de Família, Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária e Toda Nudez Será Castigada. De autoria da psicanalista lacaniana Carla Almeida, e com prefácio de Luiz Felipe Pondé, O Pecado Contemporâneo na Obra de Nelson Rodrigues sugere que o “Anjo Pornográfico” alveja um comportamento característico da cultura atual: o narcisismo. Como um continuador da rica tradição do moralismo filosófico, ele escreve histórias que, no ato mesmo em que nos causam escândalo, revelam que tendemos a nos distanciar da vida, apegando-nos ao gozo em vez de arriscarmo-nos ao desejo.

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SOBRE O LIVRO

Tanto a história de vida como a obra dramatúrgica de Nelson Rodrigues causam escândalo. Apontar o quê do que elas comunicam gera esse impacto não é tarefa fácil. Implica reconhecer-nos como personagens, mais que simples espectadores, da arte rodriguiana – um exercício, ao mesmo tempo, de crítica social e de reflexão sobre o comportamento humano. Neste livro o desafio é cumprido com desenvoltura pela psicanalista lacaniana Carla Almeida. O Pecado Contemporâneo na Obra de Nelson Rodrigues propõe que uma atitude revelada (e confrontada) pelo escritor foi o narcisismo, e que este é justamente um traço definidor da cultura contemporânea. A hipótese é sustentada ao lado da narrativa da biografia de Nelson e do exame detido de três das suas principais peças: Álbum de Família, Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária e Toda Nudez Será Castigada. Alguns contos de A Vida Como Ela É também são analisados em comparação com o Mito de Narciso. Fiel ao artista até no modo de conduzir o argumento, o ensaio alude no título de cada seção a uma frase escrita ou dita por ele. No decurso do texto fica evidenciada a agudeza de Nelson Rodrigues como continuador do moralismo filosófico – o que faz deste volume, segundo escreve Luiz Felipe Pondé no prefácio, um verdadeiro “tesouro rodriguiano”.

O Pecado Contemporâneo na Obra de Nelson Rodrigues promove uma articulação que ainda não se havia feito com rigor acadêmico: entre a tragédia rodriguiana e a aplicação à crítica cultural do conceito psicanalítico de narcisismo. A lacaniana Carla Almeida propõe isso por meio do exame de peças selecionadas do dramaturgo e situa cada uma dessas obras em um momento da biografia de Nelson. Ainda antes, abrindo o ensaio, sintetiza a história de vida do “Anjo Pornográfico”, começando pela fama de seu avô, apelidado Barba de Fogo. Em seguida a autora discute a pertinência de caracterizar a sociedade contemporânea como narcísica. Para isso recorre a Christopher Lasch, Freud e Lacan, além de ao lacaniano brasileiro Christian Dunker. Assim que descrita, a ideia parece evidentemente adequada: são hoje posturas mais que frequentes a carência, a adolescência tardia, o pavor do envelhecimento e da morte, o medo da intimidade, a incapacidade de assumir a maternidade ou a paternidade, a superficialidade emocional, a hipocondria, a promiscuidade sexual, a repetitividade do gozo. Não que Nelson Rodrigues condene tais comportamentos ao modo legalista; ao contrário, e como um bom moralista filosófico, ele escancara a torpeza que os indivíduos narcísicos se recusam a reconhecer.

“Numa época em que a maioria se comporta sexualmente como vira-latas, eu transformo um simples beijo numa abjeção eterna”, disse Nelson Rodrigues. Com esse espírito, ele confrontou o narcisismo contemporâneo em seu próprio cerne: na escolha de nos preservarmos das dores a que o envolvimento com os outros faz de nós suscetíveis. Parte do projeto rodriguiano é convidar a nos abrirmos ao sofrimento, à angústia. “Ou o sujeito se angustia ou apodrece”, também ele dizia. O que traz alguns corolários – por exemplo, que está longe de Deus quem se considera limpo; que há algo de corruptor na pressa em praticar a virtude; que o amor, para não ser indiferença, precisa portar certa morbidez. O Pecado Contemporâneo na Obra de Nelson Rodrigues analisa peças em que essa reflexão é feita com especial profundidade. Em Álbum de Família o sacrilégio dos sacrilégios – o incesto –, apropriadamente associado à profanação de uma figura religiosa, permite a Carla Almeida identificar o que faz as vezes, no teatro de Nelson, da noção de pecado. Otto Lara Resende ou Bonitinha, mas Ordinária – além de radiografar o dilema permanente desta época, amor ou dinheiro – submete um amigo ao ridículo que é a única homenagem rodriguiana-mente possível. E Toda Nudez Será Castigadadesafia-nos a pensar como temos castigado a nós mesmos e a outros.

 

ENDOSSOS

“A obra da psicanalista Carla Almeida é um tesouro rodriguiano.” – Luiz Felipe Pondé


CURIOSIDADES

O Pecado Contemporâneo na Obra de Nelson Rodrigues cumpre, com habilidade, três tarefas distintas e igualmente instigantes: apresenta a biografia de Nelson Rodrigues, discute a aplicabilidade do conceito psicanalítico de narcisismo ao exame da cultura e analisa três das principais peças rodriguianas.

• Escrita originalmente como uma dissertação de mestrado, a obra preza pelo rigor do argumento, pela seleção apurada das fontes e pela clareza conceitual.

• Durante a análise das três peças que são destacadas, cada história tem o enredo sintetizado para contextualizar leitores que eventualmente a desconheçam.

• Nelson Rodrigues está entre os gênios da literatura brasileira que ainda não tiveram sua grandeza suficientemente reconhecida.

• As referências teóricas do ensaio são plurais, abrangendo autores como Jacques Lacan, Christopher Lasch, Luiz Felipe Pondé e Christian Dunker.

• O livro conta com prefácio de Luiz Felipe Pondé.

 

SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:

• Apreciadores do teatro de Nelson Rodrigues.

• Interessados em psicanálise lacaniana.

• Admiradores da obra de Luiz Felipe Pondé, que está entre as referências teóricas do livro.

• Pesquisadores de temas como narcisismo na cultura contemporânea, moralismo filosófico, gênero trágico e crítica cultural brasileira.

• Leitores de crítica teatral.

• Estudantes de psicologia, ciências da religião ou artes cênicas.