Defesa da Poesia

60%
AUTOR:
Sidney, Philip

TRADUÇÃO:
Acízelo de Souza, Roberto

Editora:
Filocalia

Gênero:
Literatura

Subgênero:
Teoria e Crítica Literária

Formato:
14 x 21 cm

Número de Páginas:
104

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-85-69677-28-4

Ano:
2019
Tags:
literatura inglesa, história da literatura, século XVI, período elisabetano, arte poética, filosofia da arte e Filocalia

Defesa da Poesia

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Sinopse

O mais refinado texto de crítica literária do período elisabetano (1558-1603) e uma das primeiras obras desse gênero na história da língua inglesa, a Defesa da Poesia de Philip Sidney aparece aqui em nova tradução – acompanhada de apresentação e notas – do professor Roberto Acízelo de Souza. O volume se estrutura como uma apologia jurídica, narrando as origens da atividade poética, definindo-a, categorizando-a, refutando as acusações lançadas pela intelectualidade do período contra ela e investigando as potencialidades do inglês em relação a essa arte. O livro como que antecipa o florescimento da poesia e do drama britânicos, que nos anos seguintes se daria com Shakespeare; mais ainda, forneceu inspiração para figuras como Donne, Wordsworth, Coleridge e Shelley. Além de ter apresentado aos ingleses ideias que fervilhavam no renascentismo continental, o escrito proporciona eruditas páginas de comentários a pensadores antigos e medievais e de análise literária de passagens de Chaucer e Spenser.

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SOBRE O LIVRO

A Defesa da Poesia de Philip Sidney é a mais importante obra de crítica literária do período elisabetano e um dos primeiros livros desse gênero na história da língua inglesa. Nele a atividade poética é definida e louvada sob a forma de uma apologia jurídica, o que abrange oito etapas. Inicialmente um exórdio, que introduz o tema do papel devido à poesia por meio de uma descontraída anedota sobre equitação. A seguir uma narração sobre as raízes da poesia, que já nos dá algumas pistas sobre a sua natureza. Sugestivamente, os romanos empregavam o mesmo vocábulo para “poeta” e “profeta”, ao passo que os gregos batizaram os poetas com um termo significando literalmente “fazedor”. Após isso vem a proposição: a poesia é a arte imitativa destinada a instruir e a deleitar. O quarto passo da Defesa é a divisão, em que o autor elenca os principais tipos de poesia – heroico, lírico, trágico, cômico, satírico, iâmbico, elegíaco, pastoral. Na confirmação, são respondidas críticas corriqueiras a cada um desses subgêneros, e esclarecidas diferenças e semelhanças da poesia com a história e com a filosofia. A refutação lida com as acusações de mentira, má influência e desperdício de tempo, dirigidas aos poetas, e com a censura que já Platão esboçara a esse respeito. Uma digressão pondera as falhas e os potenciais da língua inglesa ante essa arte; e a peroração arremata a apologia.

Com este livro, Philip Sidney introduziu na Inglaterra ideias que circulavam no renascentismo continental. Ele apresenta a poesia como arte que supera tanto a particularidade da história como a generalidade da filosofia. Embora o autor tenha tornado o manuscrito conhecido apenas a amigos próximos, a importância da obra se provou tão evidente que, após sua morte, a Defesa da Poesia recebeu duas edições simultâneas. O escrito influenciou imediatamente o poeta John Donne, na voz que concedeu a certo humanismo e na tendência que manifestou a mediar pontos extremos. Poucos anos depois, no Reino Unido floresceram os gêneros poético e dramático, destacadamente com Shakespeare: uma comprovação concreta do potencial artístico que Sidney notara haver na língua inglesa. Não apenas vanguardista, mas também discurso erudito, este ensaio abarca uma análise de passagens de Chaucer e Spenser, faz considerações argutas sobre Platão, Aristóteles e Horácio (suas principais fontes) e ainda emprega como referências Boccaccio, Petrarca, Escalígero, Homero, a Bíblia, Xenofonte, Plutarco, Virgílio e Sêneca. Quase duzentos anos após a primeira publicação, os românticos encontrariam aqui uma matriz inspiradora – notadamente Shelley, que chegou a escrever um volume homônimo, mas também Wordsworth (com a noção de que o poeta está isolado da sociedade) e Coleridge.

Esta nova tradução da Defesa da Poesia é assinada por Roberto Acízelo de Souza, um dos mais respeitados acadêmicos brasileiros da área de letras, professor titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O leitor encontrará aqui uma tradução fidedigna, e ao mesmo tempo fluente – que reproduz o estilo rebuscado do original e, como auxílio, oferece notas verdadeiramente enciclopédicas, esclarecendo conceitos, alusões e o contexto histórico-cultural. Mais ainda, um ensaio de apresentação discute a importância da obra e a situa na história da literatura e das ideias. Na verdade, anterior à própria noção de literatura, o livro concebe a poesia como ramo das chamadas boas letras, mas, sendo a finalidade dela tanto instruir como deleitar, ele fornece como que um antecedente da ideia de belas-letras, somente disseminadas dois séculos depois. Possivelmente motivado a responder The School of Abuse, em que Stephen Gosson acusava as peças teatrais de imoralidade, Philip Sidney fez com este volume muito mais do que pretendeu. Assim como em sua vida (segundo um admirador do século XIX: “poesia em ação”) ele conjugou a atividade de poeta às de cortesão e soldado, neste escrito, conduzido com notável veio retórico, ele demonstra ser o ofício poético um estímulo à ação: uma arte que em qualidade, portanto, e não apenas em forma, é superior às demais.

 

CURIOSIDADES

• Este escrito é considerado o mais fino texto de crítica literária da Grã-Bretanha do século XVI – e, mais ainda, uma das primeiras obras dessa categoria em toda a história da língua inglesa.

• O livro influenciou grandes escritores, como John Donne, Wordsworth, Coleridge e Shelley. E, no elogio que faz à língua inglesa, antecipou o florescimento da poesia e do drama britânicos, com Shakespeare.

• A singularidade histórica do volume está, também, em que ele introduziu no Reino Unido as ideias renascentistas que borbulhavam no restante da Europa.

• Philip Sidney conjuga, aqui, inovação teórica e erudição historiográfica, fazendo comentários a clássicos das letras e do pensamento.

• O autor, que ainda cultiva a noção de boas letras, propicia a transição para a ideia de belas-letras, antecedente histórico do conceito de literatura.

• Nossa edição é traduzida por Roberto Acízelo de Souza, um dos mais prestigiados acadêmicos brasileiros das áreas de teoria literária e história da literatura, que também assina um ensaio de apresentação e esclarecedoras notas no decorrer do livro.

• Defesa da Poesia enriquece uma seção de poesia e artes poéticas que já conta, no catálogo da Filocalia, com títulos como Poéticas Românticas Inglesas (com textos de Wordsworth, Hazlitt, Shelley e Stuart Mill, igualmente traduzidos pelo professor Acízelo) e Ouvido no Café da Livraria (do poeta brasileiro Cláudio Neves).


SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:

• Professores de literatura inglesa, teoria da literatura ou história da literatura.

• Estudantes de letras.

• Pesquisadores de artes poéticas.

• Leitores e apreciadores de poesia em geral, em especial a poesia de língua inglesa.

• Admiradores da literatura inglesa.

• Poetas e escritores dedicados ao estudo de seu ofício.