História do Doutor Johann Fausto

AUTOR:
Anônimo do Século XVI

TRADUÇÃO:
Moura, Magali

Editora:
Filocalia

Gênero:
Literatura

Subgênero:
Literatura Estrangeira

Formato:
16 x 23 cm

Número de Páginas:
272

Acabamento:
Brochura

ISBN:
978-85-69677-26-0

Ano:
2019
Tags:
pacto fáustico, folclore alemão, literatura europeia e Filocalia

História do Doutor Johann Fausto

R$71,90

Sinopse

O mito de Fausto – do mago-erudito que se submete a um pacto com o Diabo – tem se mantido vivo há cerca de cinco séculos. A narrativa, originada no folclore alemão, fora no início preservada por tradição oral e por escritos esparsos, até que Johann Spies a editou num livro coeso, em 1587. Entre os autores que propuseram as suas próprias versões para o conto estão Christopher Marlowe, Lessing, Goethe, Thomas Mann e Fernando Pessoa. Dos artistas diretamente influenciados por ele constam figuras como o brasileiro Guimarães Rosa e o cineasta F. W. Murnau. Conhecida como Livro Popular de Fausto, ou simplesmente Livro de Fausto, a obra que serviu de precursora a Marlowe e Goethe permanecia inédita em língua portuguesa. Aqui, a mesma História do Doutor Johann Fausto é publicada com tradução, notas e ensaio de Magali Moura, professora do Instituto de Letras da UERJ. Gravuras e fac-símiles ilustram o volume, que nos apresenta a lenda que se tornou um dos símbolos culturais da modernidade.

Leia mais informações sobre o livro logo abaixo da seção "OBRAS RELACIONADAS"!

  • Book trailer

  • Palestra

  • Saiu na mídia

    História do Doutor Johann Fausto - Revista Época

    Somos Todos Fausto

    Revista Época | 11 de outubro de 2019

    Disponível em PDF

Leitores que compraram este livro se interessaram também por:

SOBRE O LIVRO

Até aqui inédita em língua portuguesa, a História do Doutor Johann Fausto é a primeira versão em livro do mito fáustico, editada em 1587 por Johann Spies. O folclore, que viria a se tornar um dos símbolos da modernidade, fora a princípio transmitido por tradição oral e por escritos dispersos. Ele narra os acontecimentos em torno do pacto que um mago-erudito, Fausto, estabeleceu com o Diabo para expandir sua própria sabedoria. À coletânea organizada por Spies – mais conhecida como Livro Popular de Fausto, ou simplesmente Livro de Fausto –, se seguiram as peças teatrais de Christopher Marlowe e Goethe. Outros artistas que adaptaram a lenda, em diferentes gêneros, incluem Lessing, Thomas Mann, Fernando Pessoa, Paul Valéry, Alexander Puchkin, Guimarães Rosa, Rembrandt, Charles Gounod, Richard Wagner, Franz Liszt, F. W. Murnau, Jan Svankmajer, Alexander Sokurov e Carlos Reichenbach. A extensão da lista é um indício da importância do épico, a qual tem suas razões exploradas pelo ensaio crítico de Magali Moura. A tradutora-organizadora, que leciona alemão na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), oferece também notas explicativas que auxiliarão o leitor estudioso. Esta edição é ilustrada, na abertura dos capítulos e em momentos cruciais do posfácio, por gravuras e fac-símiles que demonstram a força deste conto.

Iniciando com um breve relato do nascimento e dos estudos de Doutor Fausto, a narrativa prossegue para as visitas que um espírito maligno, Mefostófiles, lhe fez. Além das propostas e ponderações, que se consumariam no pacto, os diálogos envolvem a satisfação de curiosidades: Fausto inquire o ser infernal a respeito da origem, dos nomes, dos tipos de poder e do lugar de residência dos variados demônios, entre outras questiúnculas teológicas. Selado o acordo que faria de Mefostófiles durante 24 anos servidor de Fausto, o médico passa a se entreter com proezas mágicas, como fazer objetos surgirem do nada, ser transportado pelo ar, enfeitiçar outras pessoas e sair ileso de grandes riscos. As aventuras alcançam, além da mulher desejada e de cidadãos comuns, até mesmo bispos, duques, príncipes e o imperador Carlos V. Retratando alguém fundamentalmente movido pela curiosidade, o autor da História do Doutor Johann Fausto – o qual diz compilar relatos deixados pelo próprio protagonista – aproxima o mito das lendas clássicas de Prometeu e de Ícaro. Mais do que isso: como enfatiza Magali Moura nas notas e no posfácio deste volume, o Livro de Fausto mostra um personagem que, por representar a transição do Medievo para a Idade Moderna, tem de ser ao mesmo tempo ingênuo e pernicioso, cômico e digno de reprovação.

Em acréscimo à tradução do Livro Popular de Fausto tal como publicado por Johann Spies, esta História do Doutor Johann Faustotraz uma arguta discussão sobre o significado da lenda, por meio das notas e do ensaio crítico da organizadora, Magali Moura. A especialista ambienta o folclore na Alemanha pós-Lutero, em que uma enraizada “cultura popular da magia” sobrevivia à eclosão da Reforma e da Contrarreforma. O personagem Fausto tipifica uma figura corriqueira do século XVI: a do homem que, embora culto, se mostrava aventureiro e tendente à trapaça. Afeito à astrologia e à alquimia, a religião o tomava por feiticeiro – condenação que, por mais discutível, surtiu o efeito de pulverizar um estigma até então concentrado sobre o feminino, com a imagem da bruxa. O fundamento do juízo é o mesmo: o que está interditado ao saber do homem só pode ser oferecido pelo Diabo. No caso de Fausto, a simples erudição, por um lado, implica algo de incompreensível; por outro lado, contudo, é sobre um uso particular da ciência que recai a sentença de culpa, a saber: a curiosidade que não se detém nem diante dos mistérios espirituais. Na medida em que esta atitude é o motor da modernidade, o pacto fáustico é a tentação a que estamos permanentemente expostos – e examinar a história de Fausto é também, no mesmo ato, um exercício salutar de julgarmos a nós mesmos.

 

CURIOSIDADES

• A lenda de Fausto é considerada o símbolo cultural da modernidade: um tema literário a que recorrem artistas de diferentes gêneros, época após época.

• Esta é uma tradução direta do alemão, nunca antes feita para o português, da primeira versão impressa do folclore – o Livro Popular de Fausto, publicado por Johann Spies em 1587.

• O Fausto de Spies foi o precursor das duas adaptações mais importantes do conto, a de Christopher Marlowe e a de Goethe.

• Gravuras e fac-símiles ilustram a abertura dos capítulos e o ensaio crítico da obra.

• Magali Moura, tradutora e autora das notas e do posfácio deste volume, é uma destacada especialista em literatura alemã, e atual diretora do Instituto de Letras da UERJ.

• Incluídos no posfácio estão recursos valiosos como a lista dos livros que serviram de fonte a Spies, a lista dos livros que são atribuídos a Fausto e a tradução integral de uma carta em que Johannes Tritheim (abade beneditino e reconhecido erudito) desqualifica Fausto ao amigo Johannes Virdung (astrólogo e médico de renome).

• Dos vários artistas e pensadores que foram influenciados pelo mito, constam o brasileiro Guimarães Rosa, de cuja obra-prima Grande Sertão: Veredasa Editora publicou um comentário de Eduardo de Faria Coutinho, e os filósofos Vicente Ferreira da Silva e Vilém Flusser, igualmente editados pela É Realizações.

 

SUA LEITURA SERÁ ESPECIALMENTE PROVEITOSA PARA:

• Estudantes de letras ou ciências da religião.

• Pesquisadores de temas como pacto fáustico, literatura e sagrado, folclore alemão, raízes espirituais da modernidade.

• Professores de literatura alemã, literatura comparada ou história da literatura europeia.

• Admiradores dos artistas que atualizaram o mito de Fausto: Christopher Marlowe, Lessing, Goethe, Thomas Mann, Fernando Pessoa, Paul Valéry, Alexander Puchkin, Guimarães Rosa, Rembrandt, Charles Gounod, Richard Wagner, Franz Liszt, F. W. Murnau, Jan Svankmajer, Alexander Sokurov ou Carlos Reichenbach.